A costa dos getes : o sentido espácio-temporal da solidão através de duas obras pictóricas - Estudo, Auto-retrato - e Cidade solitária de Fernando Namora
DOI :
https://doi.org/10.1999/fb5wc974Mots-clés :
Espaço, Tempo, Solidão, Diálogo interartes, Fernando NamoraRésumé
Os anos 40 e 50 do século XX coincidem, em Portugal, com o auge do Neo-Realismo literário, um movimento inaugurado com a publicação, em 1939, de Gaibéus, por Alves Redol. Trata-se de uma literatura fundamentalmente vinculada às preocupações sociais e a um combate contra o salazarismo. Pouco a pouco, autores como Vergílio Ferreira, Augusto Abelaria e Fernando Namora, começaram a abraçar outros centros de interesse, tais como o existencialismo sartriano. Melhor, na obra de Namora, constatamos um dialogismo não só entre a filosofia existencialista e a literatura, mas também entre as artes pictóricas e a literatura, numa dada altura. A nossa tarefa consistirá em evidenciar, neste estudo, o sentido espácio-temporal da solidão através de um olhar cruzado entre as obras pictóricas (Estudo, Auto-retrato) e a colectânea de narrativas, Cidade solitária, de Fernando Namora, numa perspetiva aberta para a inter/pluridisciplinaridade (literatura, linguística, filosofia, crítica das artes, etc.).